quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Olha para os outros e vê-te a ti


Negociamos e somos produtos. Usamos e somos pastilhas elásticas. Damos esmolas e somos mendigos. Somos sofridos e aparentamos felicidade - com sorrisos amarelos. Fumamos e somos o cigarro (que tentamos devorar para termos prazer rápido). Iludimo-nos e somos argumentistas contra a nossa própria integridade. Somos vírus e preocupamo-nos com as doenças dos outros e que estas nos possam, um dia, vencer. A nossa complexidade está longe de ser perfeita, no entanto, tantas vezes nos sentimos deuses na terra (que está longe de ser nossa porque a maltratamos), tantas vezes nos sentimos acima de todas as espécies - quando os animais ditos irracionais têm mais "sangue azul".

In(sanidade)


Se sanidade mental é pensar que é errado ser-se diferente, então prefiro ser uma completa atrasada mental. "Angelina Jolie"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Música(o)s


As músicas têem o poder encantador de perpetuarem momentos para além das memórias fragéis dos tempos que pensamos pertencerem à gaveta do passado.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Lugar estranho


O amor é mesmo um lugar estranho. Todos queremos ser encontrados, no meio de tantos desencontros. Como uma espera inquieta no departamento de "perdidos e achados", uma espera de alguém que compreenda a nossa diferença para que possamos ser diferentes e belos e só assim especiais. Atiram-me pedras e eu não apresento nenhum escudo...e tudo passa - espero que tu não.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Retrato de nós


Porque a minha pele brilha na tua, o meu perfume ganha vida nos teus braços, a tua presença apaga a multidão que passa e só tu permaneces. Porque o meu olhar se prende por ti e vagueia perdido quando não estás. Porque só a tua ausência me faz falta. Porque me fazes acreditar em amor à primeira vista - porque agora vejo-te de perto. E a música dá magia ao teu retrato que sempre estará juntinho ao meu.

"Oh, I am a lonely painter
I live in a box of paints
I´m frightened by the devil
And I´m drawn to those ones that ain´t afraid
I remember that time you told me
"Love is touching souls"
Well surely you touched mine
´Cause part of you pours out of me
In these lines from time to time."

Diana Krall "A case of you"

sábado, fevereiro 04, 2006

Margem do rio


Rio-me neste rio de gente falsa mas também de gente pura na sua margem - como as pétalas de uma rosa com um gota de orvalho que "chora" nela. Congratulo-me com as "pequenas" que são grandes vitórias - que são minhas. Não quero dar até um ponto, gostar até um ponto. Quero um amor desmedido, sem barreiras nem limites visíveis, sem medos - porque o medo é o nosso pior inimigo e amigos há poucos e bastam. Conhecidos há muitos e sobram. E a vida é bela pelos abraços sentidos, pelos beijos sinceros, pelos sorrisos rasgados, pelas mãos que se agarram e não se querem soltar e não se soltam. Não importa o vento que sopra e é ruidoso, não importam as razões - terceiras - que nada são razoáveis. Quem ama vive, mesmo que se seja só. Mesmo longe, mesmo perto. Triste de quem não sabe ver noutro coração o que o faz bater, o que o enche de sangue - vida. Triste porque não tem coração.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Meras sombras


Sombras, nada mais que sombras...a vida corre e apercebemo-nos que há algumas pessoas que pensamos "sentir" e afinal podemos passar por elas e sem elas. Meras sombras onde pensamos encontrar abrigos. As sombras esquecem-se que ao mesmo tempo que damos esmolas também somos mendigos, que a fragilidade toca a todos e que não importa quantas vezes errámos nos caminhos - a vida dá-nos sempre outra possibilidade de nos reinventarmos sem deixar de ser quem somos e sentir o que sentimos (que só nós sabemos). Recuso-me a ser a sombra que vejo nas sombras que (des)encontro, porque vivo de amor.